Um levantamento da Delegacia de Proteção ao Idoso e Combate à Intolerância (Dpicoi) de Santa Maria aponta que os golpes mais comuns contra idosos são relacionados a empréstimos e agências financeiras. O golpe do bilhete é o segundo colocado. A disparidade entre os dois tipos de golpes mais comuns, contudo, chama a atenção: enquanto 58% dos inquéritos de estelionato são relacionadas às chamadas "financeiras", o golpe do bilhete representa apenas 11% do total.
Apesar de diferentes tipos de golpe, ambos configuram estelionato, quando se obtém vantagem por meio ilegal, enganando ou induzindo ao erro e causando prejuízo à vítima. O caso dos crimes de financeiras, por exemplo, pode ser compreendido como ter feito um empréstimo, não ter recebido e mesmo assim ter o valor de juros descontado da conta ou que a operação contratos inválidos. Há, ainda, casos de idosos que nem contrataram o serviço, mas são cobrados com juros.
A delegada Débora Dias, titular da Dpicoi, explica que idosos são mais vulneráveis a estes golpes. Uma das razões são as cotas de crédito maiores para aposentados em empréstimos consignados - quando o pagamento é descontado diretamente da aposentadoria.
- Muitas vezes, eles procuram por empréstimos sem informação ou sem saber o que estão assinando - fala.
Em um dos casos descritos pela delegada, um idoso solicitou um empréstimo junto a uma agência, não recebeu o dinheiro, mas teve o valor descontado. Outra ocorrência relata sobre uma idosa que recebeu uma ligação de uma agência financeira. No outro lado da linha, o atendente informava que ela teve as contas quitadas. Curiosa sobre a informação, a idosa procurou o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que confirmou o empréstimo feito no nome dela. Ao ver o contrato da operação, a vítima alega que a assinatura não é sua.
- De fato, observando o material do inquérito, é perceptível